sexta-feira

Humildade na blogosfera: precisa-se. O rei vai nu...

Tenho andado às voltas com uma equação que me assaltou o espírito hoje às 7am. É terrível isto: pensamos que temos vontade mudar o óleo numa daquelas incursões matinais ao WC, mas não. Desta vez a cogitação não era biológica, era blogosférica.
  • Será que são pessoas que verdadeiramente têm o poder? Ditou de outro modo: são as pessoas com acesso a informações estratégicas aquelas que começam a desafiar qualquer tipo de poder e/ou autoridade? Presumo que sim, ou melhor temos sentido isso quando nos dirigimos a uma repartição do Estado, a um gichet semiprivado, na qualidade de cidadão contribuinte, cliente, crédulo de qualquer religião ou noutra qualquer condição de relação com o Estado ou a sociedade.

Aqui a minha curiosidade foi apenas a de tentar perceber - como diria a rúbrica do Francisco Sarsfield Cabral - que agora se mudou para a revista Visão - como é que as pessoas reagem na sua relação de subordinação: com o poder político, com o poder funcional ou socio-profissional, nas empresas, na esfera doméstica, na escola, na universidade, na igreja, no sindicato, no partido político, no clube de futebol, enfim, na generalidade das várias instâncias da sociedade em que vivemos. Até no Ikea, como no outro dia me sucedeu.. que até me esqueci quem era - só dissolvendo esse nó quando cheguei a casa...

Ora, sabemos que em certos hospitais - para não dizer que só é no Júlio de Matos ou no Miguel Bombarda, certos pacientes desafiam os médicos, em certas escolas certos alunos esbofeteiam os professores, e na universidade até sei de casos em que catedráticos deram uns bons par de estalos noutros catedráticos, e até parece que daí sobreveio algum respeito ao mundo. Embora o Macro não seja filiado nessa doutrina do estalo... Mas sabemos que, de par com aqueles desafiantes casos, também as mulheres já desafiam os homens. E não nos referimos só ao domínio sexual, reportamo-nos aos domínios do saber-fazer, da gestão diária do viver.

A prática parece, portanto, apontar para uma realidade emergente: hoje há mais pessoas a desafiar outras, sem medo, sem entraves. Este é, a nosso ver, um dos traços sociológicos mais distintivos do nosso tempo. Tal verifica-se na esfera pessoal, mas também e especialmente na esfera institucional, laboral, no seio de organizações e até no quadro de regiões, pois como sabemos o Norte de Portugal - via a mafias da "futebolítica" institucionalizada - têm feito muito essa chantagem em relação ao poder do Terreiro do Passo, e às vezes com sucesso demonstrando que a chantagem vale a pena.

Mas é precisamente à natureza e dimensão dessa mudança que quero chegar, ou seja, o poder já não pertence às pessoas, ele é difuso, atomisado, embora seja veiculado por pessoas, naturalmente. E não por formigas, embora às vezes certas formigas se pareçam com pessoas...ou o inverso. Vejam-se alguns desses exemplos.

Bin laden em relação aos EUA do sr. G. W. Bush é o paradigma mais negativo e nefasto desse desafio; Saddam Hussein também desafiou a maior superpotência do mundo; noutro nível - certos autarcas do PsD ameaçam boicotar estradas e assim pressionar o governo na sequência dos cortes orçamentais; inúmeros ditadores africanos, quase todos corruptos - com Eduardo dos santos à frente (e o petróleo ao lado para amparar as dívidas e engordar os patrimónios pessoais ante a cobardia do Ocidente canalha/EUA e UE) - representam um outro tipo de desafio: o da morte - aqui associado à falta de humanidade pelo mal que causaram, que causam e que irão causar no futuro imediato por cada dia que lamentavelmente passam no poder.

Esse miserável povo angolano morre às carradas por dia, e o que sobrevive fá-lo com menos de 1dólar per day, em locais onde não há água potável, nem condições mínimas de vida. Num mundo normal, um qualquer Tribunal da Humanidade - talvez regulado pela ONU - se esta Organização tivesse alguma eficácia, já teria apanhado todos e cada um desses energúmenos da história cubano-marxista-leninista e tê-los-ía julgado e setenciado a umas boas dezenas de anos de cadeia, aos olhos do mundo. Mas, infelizmente, eu vivo num num mundo de merda.

Mas o núcleo da nossa argumentação não se fica por aí. Vai além dessa "merda" de mundo que infelizmente aainda temos. Ele procura compreender a natureza dos desafios que pululam na atmosfera, mormente potenciados pelo ciber-espaço, pela blogosfera, enfim, pelo chamado mundo digital que hoje já começa a mandar balanço no funcionamento geral das instituições e que mostra uma coisa simples:

  • O rei, afinal, vai nu. Tenho notado isso inúmeras vezes: falando com políticos, com jornalistas, com pessoas normais, com muita gente. Tenho notado que o poder, verdadeiramente, segue de tanga, para retomar uma terminlogia antiga de um senhor que chegou a PM de Portugal e depois acabou por trair o seu País para se sediar em Bruxelas - sem que daí decorra qualquer vantagem para Portugal, salvo para os bolsos, património e prestígio do visado: refiro-me ao sr. Durão Barroso, também conhecido pelo "transmontano de Bruxelas" - raízes que ele muito preza, ao que sei.

De tudo resulta uma conclusão simples: alguma blogosfera hoje já percebeu isso. O Macro também. E às vezes os sinais são tão sintomáticos que temos a prova provada em tempo real. O que comprova a nossa tese. E a nossa tese é simples: as pessoas que hoje têm acesso à informação e a sabem utilizar não têm receio desafiar qualquer tipo de pessoa, instituição ou autoridade. Até um anónimo com dois dedos de testa e na posse das suas faculdades mentais pode construir essa racionalidade. Em função, justamente, dos seus interesses, perfil e legitimidade de causas.. Com isso pode ganhar credibilidade e personalidade no ciber-espaço. Isso hoje já sucede em "n" casos. Nuns justamente, noutros não passa de soberba e vaidade que não é mais do que vento que passa nessa fogueira de vaidades.

O Macro sabe que essas informações podem ser mal utilizadas, fomentando o crime, a discórdia entre os homens, mas procuramos sempre - e na medida das nossas possibilidades, canalizar essa energia para as boas causas. Nem que estas visem denunciar um tipo que escapa aos impostos e depois é recebido em Belém como se fosse um vencedor dum Prémio Nóbel ou de Fórmula 1. Mas aqui os casos multiplicam-se, deixando até perpassar na sociedade lusa um sentimento de que o crime compensa e a impunidade, com certas pessoas, é a regra.

Infelizmente, também por via da melhor blogosfera essa opacidade está sendo desmontada, peça a peça (porque o rei vai nu) e em nome de quê? Pergunto-me, por exemplo, que influência terá hoje O Jumento, com mais de um milhar de visitas/dia? Mas podia ter só duzentas como o Macro... Não será ele mais influente e lido do que uma Focus, uma Visão, uma Sábado? E aqui a quantidade traduz qualidade? Afinal, tudo isto em nome quê? Em nome do bem comum de que falava Aristóteles - que nunca foi gestor - mas sabia mais do que eles todos juntos, dentro e fora do Convento...

  • PS: Pedimos desculpa por ter utilizado a palavra "merda", mas naquele contexto - e à falta de melhor conceito - cremos que até ofendemos o efectivo valor da dita. Prometemos que não se voltará a repetir, salvo se falarmos dos energúmenos que governam alguma África, Cuba, Coreia do Norte e tutti quanti... Infelizmente, essa palavra para essa gente é ainda um docinho, mas um dia, some day, irão provar a verdadeira energia do povo em revolta e do muito que ele é capaz. Em Angola isso ainda é dificil porque aquela gente não tem vitaminas nem proteínas no organismo, vive em permanente subnutrição. Uma subnutrição que coabita com os milhões dos petrodólares alí ao lado... Recordamos aqui a todos os "eduardos dos santos" que Il Duce, o Mussolini - depois de adorado pelo seu povo, acabou dependurado... A justiça tarda, mas faz-se sempre!!!