quarta-feira

É a economia, estúp..!!!! Ou é a política querido!!!

Hoje far-se-á o balanço deste ano e meio de governação do governo do PS de Sócrates com maiorira absoluta. Muito haverá a dizer e logo, depois das 15h, M.Mendes do PSD irá, por certo, dar cartas - atendendo ao estágio prolongado no Mundial da Alemenha, na companhia de Scolari e da selecção nacional. Mas há aqui um problema tão intransponível quanto mesquinho:
  • 1. A economia nacional não cresce ao ritmo desejável e moderniza-se e desenvolve-se com fraca passada divergindo em todos os indicadores de desenvolvimento humano da Europa;
2. O desemprego - quase na casa dos dois dígitos - é já crítico em Portugal, além do drama social e do não aproveitamento da massa cinzenta de milhares de licenciados que assim se vêm afastados da vida activa;
  • 3. O Estado é grande demais e come grande parte dos impostos - que deveriam ser libertados para o investimento e a qualificação dos recursos humanos;
  • 4. O empresariado só arrisca respaldado no Estado - intra e extra-muros. Não chega..
- Muitas outras razões bloqueiam Portugal no seio destas globalizações desreguladas e predatórias que vulnerabilizam o tecido económico e social. Por vezes dou-me conta que nestes últimos anos andámos a dormir com o inimgo, e veem-me à cabeça a imagem dos últimos 3 PM... Julgo que seria justo uma indemnização, ainda que não exequível.Mas imputável, mormente, ao sr. Barroso - pela mentira compulsiva e orquestrada que vendeu aos tugas enquanto cozinhava a sua ingressão em Bruxelas, para frustração de Tony Vitorino e extremo desapontamento de Manela Ferreira leite - que só sabe falar economês e anda sempre com alguém que lhe segura a pasta, preta. Mas deve ser uma miragem minha pelo efeito do sol abrasador que se abate sobre Luís Boa nos últimos dias.
- Neste clima de crise, contudo, é de louvar a iniciativa de João Rendeiro - pela inclusão social - (do BPP) - que promove uma associação de Empresários para a Inclusão Social. O objectivo é recuperar dezenas de milhar de jovens que não concluem o ensino secundário e que têm, por isso, o seu acesso ao mundo do trabalho mais limitado. O PIB que gastamos em recursos humanos em educação por pessoa é muito superior à generalidade dos países da Europa e os resultados são francamente piores: eis o drama.
- Enquanto isto o Presidente do Banco Mundial lança um apelo inédito aos líderes do G8 na reunião de Doha, por forma a que se chegue à tal flexibilidade e ao desmantelamento das barreiras ao comércio de forma a permitir que os PVD tenham condições mais favoráveis de acesso aos mercados (as ususal) e ao desenvolvimento - como Liberdade - como diria Amartya Sen. Eis o objectivo que também se coloca à OMC, instituição gémea das velhinhas instituições económicas lançadas ao tempo da II Guerra Mundial - e teorizadas por aquele que foi considerado o maior economista do séc. XX - John Maynard Keynes...
- Esperemos que isto seja gratificante para o ego de Cavaco Silva, outro grande economista e com a vantagem de ter já 10 anos de governação no papo... Espero, por outro lado, que Keynes não se incomode com esta comparação - que alguns diram logo tratar-se mais duma analogia... Mas tudo bem, hoje estamos uns "mãos largas..."!!! - e a mentira liberta-nos o espírito e, assim, ainda nos iludimos que poderemos voar, baixinho.. Some day, some day..
- Face a isto creio que o nosso maior problema é, na linha do pensamento do historiador económico e social David Landes, a falta de tempo que temos para produzir e para consumir o que produzimos. Nem sequer temos tempo para enriquecer, modernizar e desenvolver Portugal. E se não fosse o relógio - essa máquina quase perfeita que mede o tempo e divide os dias, as horas e o mais - nem sequer teríamos democratizado os nossos horários e andávamos todos aos encontrões e às cabeçadas (na linha de zidane) perguntando pelas horas uns aos outros à volta do obelisco do tempo longo, mas que, para nós - homens finitos - é sempre limitado.
- Em síntese: não obstante ter terminado o Mundial - tal não significa que não prolonguemos a anormalidade em que vegetamos. Parece até que somos persistentes: persistentes na desgraça.. Pergunto-me se não haverá aqui uma certa nostalgia do lodo que nos persegue enquanto identidade colectiva, enquanto país?!! Ou se o culpado disto é, tão só, o D. Afonso Henriques - que em lugar de bater na mãe se poderia ter ligado aos espanhóis. Seja como fôr, hoje também andamos todos vestidos na zara... somos todos iguais, e aquilo que únicamente nos distingue é, lamentavelmente, a progressiva probreza que nos tolhe. É isto Portugal no ano VI do III milénio. Terei contado bem!!?? Espero que me desculpem qualquer coisinha, mas é que hoje também está abafado, e estes bafos verónicos tipo Guadalajara - nunca foram bons conselheiros, nem com os acácios a fazer de sombra...