terça-feira

Sobre a tolerância - por João Titta Maurício

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  • Ver, com vantagem, esta interessante leitura histórica ainda glozando a questão dos cartoons e da liberdade de expressão que ela suscita.
Sobre a Tolerância João Titta Maurício Image Hosted by ImageShack.us Muitos questionar-se-ão sobre a oportunidade e utilidade de voltarmos a abordar a crise dos cartoons. Ainda haverá algo de novo a dizer? Em boa verdade muito foi dito. E, no entanto, uma vez mais, na costumeira voragem mediática, poucas foram as vezes em que a questão mais importante foi abordada.

Todas as sociedades, as mais e as menos complexas, em dados momentos da sua História são confrontadas com a necessidade de responder ao problema dos limites da Tolerância. Ou, por outras palavras, o que podemos tolerar nos intolerantes, evitando que nos convertamos naquilo que não queremos, nem seremos suplantados por aqueles que não podemos permitir que vençam?

(...) Não esqueçamos que o Ocidente foi o berço da Democracia e da Liberdade. Nem enjeitemos aqueles muitos que, na sua defesa contra os totalitarismos nazi e comunista, se sacrificaram e morreram. É por isso que todos deveriam saber que a intolerância se torna sã intransigência quando usada na defesa da dignidade e na sobrevivência dos princípios fundadores e sustentadores da Democracia e da Liberdade. Todavia, a tolerância torna-se condescendência pusilânime quando consequência da renúncia a lutar pelo certo apenas como modo (iludido) de tentar aplacar a ira do violento, do intolerante, do injusto... Foi evidente que, salvo honrosas (e escassas!) excepções, as reacções dos governantes do presente (e que já foram apelidados ”os Neville Chamberlain de nous jours”) mais não conseguiram que, nos planos moral e temporal, promover o encurtamento da distância que vai entre um Chamberlain e um Pétain...