Os Kouachi não sabiam que tinham um refém
Nota prévia: Em teatros de guerra e de terrorismo urbano, há sempre um civil inocente que, como se verificou neste caso, assume uma importância estratégica decisiva para o sucesso do assalto das forças policiais ao armazém onde se barricaram os manos Kouachi, entretanto abatidos.
Ao menos, estes dois terroristas foram coerentes com o fanatismo que defendiam: mataram os jornalistas e morreram com armas nas mãos tentando ripostas às forças policiais que os abateram.
Os suspeitos do ataque ao 'Charlie Hebdo', que se tinham barricado esta manhã numa gráfica na zona industrial de Dammartin-en-Goële, não sabiam que estava uma terceira pessoa no edifício.
Segundo o repórter do Le Figaro, os irmãos Kouachi não perceberam que Lilian, um gráfico de 27 anos que trabalhava na empresa Création Tendance Découverte, a funcionar no edifício onde se entrincheiraram, estava no local. E o próprio manteve-se escondido para sua proteção, convencido de que seria morto caso fosse encontrado.
A família do funcionário da empresa tentou contactá-lo, em vão, entre as 9.00 e as 11.00 da manhã. Até que o pai de Lilian recebeu um SMS do filho, que dizia: "escondi-me no primeiro andar. Acho que eles mataram toda a gente. Diz à polícia para intervir". A BFM TV diz mesmo que o homem deu informações preciosas às forças de segurança.
Dammartin-en-Goële transformou-se, durante grande parte do dia de hoje, no palco de uma enorme operação policial que terminou com a morte dos dois suspeitos do ataque à redação do 'Charlie Hebdo', do qual resultaram 12 vítimas mortais. Os irmãos Kouachi terão saído do edifício a disparar sobre as forças de segurança, tendo sido imediatamente abatidos. O alegado refém saiu então do seu esconderijo, são e salvo, tendo sido entretanto conduzido ao gabinete de apoio psicológico que foi disponibilizado pelas autoridades no local, e onde era aguardado pela sua família.
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