Norte-americanos Anthony Movshon e William Newsome vencem Prémio António Champalimaud
Os cientistas norte-americanos Anthony Movshon e William Newsome venceram a edição deste ano do Prémio António Champalimaud de Visão pelos trabalhos sobre o papel do cérebro na reconstrução das imagens e na forma como os seres humanos actuam e compreendem.
Os vencedores da quarta edição do Prémio António Champallimaud de Visão 2010 foram hoje, sexta-feira, conhecidos e os dois investigadores norte-americanos vão partilhar um milhão de euros.
A Fundação Champalimaud refere em comunicado que, ao longo dos últimos 30 anos, os neurocientistas Anthony Movshon, da Universidade de Nova Iorque, e William Newsome, do Howard Hughes Medical Institute e da Universidade de Stanford, trabalhando por vezes em conjunto e outras separadamente, realizaram "notáveis trabalhos", que influenciaram o modo como a Ciência entende o papel do cérebro "na reconstrução de imagens e na forma como os seres humanos percepcionam, interpretam e actuam".
Os dois investigadores conseguiram elucidar que a percepção visual inicia-se através dos olhos, mas acontece no cérebro, sendo a imagem "reconstruída pelos circuitos do cérebro humano" de forma a permitir actuar e compreender o mundo.
A presidente da Fundação Champalimaud, Leonor Beleza, considerou que devido a estes dois neurocientistas existe "agora uma apreciação fundamental para o papel dos neurónios na forma como vemos as coisas que se movem no mundo".
"O seu trabalho inovador, em conjunto e individualmente, criou as bases para a pesquisa continuada sobre como o cérebro processa a visão. Estamos, pois, muito orgulhosos com a escolha do júri", adiantou.
O Prémio António Champalimaud foi lançado em 2006, conta com o apoio do programa "Visão 2020: O Direito à Visão", da Organização Mundial de Saúde, e tem por objectivo o reconhecimento de realizações científicas excepcionais que impliquem transformações na compreensão, diagnóstico, tratamento e prevenção de doenças e distúrbios da visão.
A atribuição do galardão alterna entre a valorização de descobertas científicas excepcionais no campo da visão em anos par, enquanto em anos ímpar destina-se a reconhecer contribuições significativas para minimizar, no terreno, os efeitos das perturbações e perda de visão, especialmente nos países em desenvolvimento.
A organização Helen Keller International venceu o prémio no ano passado, tendo também já sido distinguidos com o galardão os investigadores Jeremy Nathans e King-Wai Yau (2008) e a unidade de tratamento indiana Aravind Eye Care System (2007).
A Fundação Champalimaud - criada por testamento do empresário António Champalimaud - apoia a investigação de ponta nas Ciências Médicas. Tem como prioridade estimular descobertas que beneficiem as pessoas, bem como apoiar a descoberta de novos padrões de conhecimento.
Obs: O 1º comentário é congratular-me com tais abençoados recursos que António de Sommer Champalimaud deixou e que quão eficientemente são utilizados;
- o 2º comentário é mais gratuito e, porventura, denuncia a minha extrema ignorância, já que fico com a terrível sensação de que as conclusões, pelo menos no plano teórico, a que chegaram estes dois cientistas, é que a sua descoberta já foi fixada séculos antes por filósofos como David Hume, I. kant e outros homens de excepção que concluíram que os nossos sentidos causam-nos impressões, mas são depois as categorias do entendimento e da razão, logo o concurso do funcionamento do cérebro, que contextualizam the all picture, conferindo racionalidade a cada imagem.
- um 3º comentário para referir que saíu o euromihões a leonor Beleza, que enquanto ex-ministra e "menina de bonita" de Cavaco, mormente com o caso dos hemofílicos morreu políticamente, agora que preside à fundação do magnate da finança e da indústria nacional - a sua influência e campo de acção decuplicou. Assim, nem já ela precisa de novas lentes e de novos horizontes para captar a realidade, até poderia ser uma séria candidata a Belém correndo contra Cavaco, não seria difícil batê-lo.
Quanto a cavaco, atrevo-me a dizer, nem com a ajudinha dos assessores do costume, nem com novos olhos ele conseguirá ver o Portugal de que os portugueses hoje precisam, ainda que faça uns discursos mobilizadores em que, depois, ninguém acredita, já que a criação de condições para a sua realização compete ao governo.
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