quarta-feira

O paradoxo chamado Manuel Alegre e o discurso pedinchão

Manuel Alegre quer ser PR, mas a 1ª coisa que faz é ir aos Açores pedir o apoio de Carlos César, presidente do Governo Regional e reclamar o apoio do actual secretário-geral do PS e actual PM, José Sócrates - com quem litigou durante um ano a fio de braço-dado com Louçã do BE. Ainda que faça tudo isso de forma dissimulada pelos recantos do seu previsível discurso que até deixa de fora os sectores mais dinâmicos da sociedade portuguesa, revelando que o poeta é, de facto, um homem do "outro" tempo. Boa parte dos males sociais que se exprimem em sentimentos de insegurança, perda de confiança, desenraizamento, fragmentação e conflitualidade que tem a sua origem numa certa desinstitucionalização do vínculo social que esvazia o sentido público que este candidato - completamente alinhado ao BE e com um desejo ardente de colher o apoio do PS - também não consegue contrariar. Numa palavra: quem veja o que se perfila no terreno presidencial apostará num candidato mais independente, como é Fernando Nobre, o resto rende-se ao cavaquistão em fim de ciclo. Naturalmente, a alternativa seria irromper um candidato federador que comesse o eleitorado de Cavaco (centro direita, onde Alegre não entra) - tipo Freitas do Amaral que depois recolhesse o apoio do PS. Portugal precisa dum novo PR com experiência de Estado, com conhecimento internacional e que saiba como funciona a máquina do Estado, tudo requisitos que o poeta não tem, mas que teima em ter, nem que, para o efeito, vá aos Açores pedir o apoio do PS regional para que este sensibilize o PS do "contenente" a apoiá-lo. No mínimo é paradoxal...
Pois o que este "pedinchão" da vida pública portuguesa deveria fazer, para ser coerente consigo próprio, seria pedir também o apoio partidário da direcção do BE, com quem andou ao colo durante o ano de 2009 à boleia de políticas populistas que atrasariam ainda mais o país caso fossem implementadas. É este homem que quer ir para Belém, safa!!! - e que, de certo modo, tornou refém a liberdade acção de direcção do PS - que talvez demore a apoiá-lo porque está ganhando tempo a tentar convencer um "seu" candidato ao Palácio Rosa, já que estas eleições são, obviamente, partidárias, ainda que servidas sob o cunho da suprapartidarite que, em Portugal, é coisa que não existe.
Estou convencido que com mais 2min. de discurso o poeta Alegre não hesitaria em reclamar também o apoio do Papa Bento XVI por ocasião da sua visita a Portugal, nem que para isso tivesse d'ir a Fátima colocar umas velinhas e rastejar mais um bom pedaço até chegar ao Altar.., de Belém!!!

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