sexta-feira

Ano Europeu da Luta Contra a Pobreza e Exclusão Social

Há três meses, o inquérito Eurobarómetro revelava que 62 por cento dos portugueses diziam ter alguma dificuldade em viver com o rendimento doméstico mensal, enquanto 15 por cento consideravam ser difícil.
Por outro lado, o inquérito europeu refere que em Portugal 88 por cento dos inquiridos consideram que a pobreza é um problema internacional.
Em números gerais, já sem avaliação por país, o estudo mostra que nove em cada dez europeus (87 por cento) crêem que a pobreza é um obstáculo ao acesso a uma habitação condigna, oito em cada dez acham que limita o acesso ao ensino superior ou a educação de adultos e 74 por cento consideram que reduz as possibilidades de encontrar um emprego.
A maioria dos europeus (60 por cento) acredita que afecta também o acesso a um ensino básico de qualidade e 54 por cento pensam que a capacidade de manter uma rede de amigos e conhecidos é limitada.
Quase 90 por cento dos europeus querem acção dos governos.
Em média, nove em cada dez (89 por cento) europeus afirmam ser necessária e urgente a acção dos governos nacionais contra a pobreza.
Em meados de Dezembro, o director-executivo da associação de solidariedade Cais denunciava que a pobreza atinge 18 por cento da população, dois milhões de pessoas. Mas esse número poderia ultrapassar os quatro milhões sem as ajudas do Estado, anteviu Henrique Pinto.
Para colocar na ordem do dia a pobreza, Portugal gastará este ano mais de 700 mil euros e as autoridades prometem mobilizar a sociedade civil para o seu combate, anunciou Edmundo Martinho, responsável pelo grupo de trabalho em Portugal do Ano Europeu da Luta Contra a Pobreza e Exclusão Social.
“Não se pretende que no final de 2010 não haja pobreza em Portugal, mas que tenha havido impactos muito fortes e que todos nós compreendamos que não há ninguém dispensado deste esforço de combate à pobreza e à exclusão”, resume o também presidente do Instituto da Segurança Social.
O responsável anunciou ainda que este ano as famílias com filhos menores e dificuldades financeiras vão receber um apoio estatal para que passem a ter rendimentos acima do limiar da pobreza.
A medida está prevista no Programa do Governo e deverá entrar em vigor neste Ano Europeu da Luta Contra a Pobreza e Exclusão Social.
  • Obs: Há anos que aqui defendemos a formulação dum Plano Nacional Contra a Pobreza que concite o apoio coordenado de Estado-Igreja-Sociedade civil (ONGs, IPSS, Associações) regulado sob o princípio religioso e comunitário da subsidiariedade. Esperemos que este ano de 2010 não seja mais um ano perdido nessa proclamação de intenções, vergonhoso para todos nós, podendo o Plano começar pela zona do ministério das Finanças onde pernoitam inúmeros "sem abrigo" que, seguramente, Teixeira dos Santos conhece, de vista quando "passa através" com o seu motorista a caminho do ministério. É impossível não ver...