quinta-feira

O grau zero da política em versão de "palhaçada"

Esta senhora do CDS, agora no PSD e que desejava um lugar na CML pelo PS - acaba a sua performance político-parlamentar com uma palavra-conceito que julga imputar a terceiro: palhaço. Há aqui um mecanismo de transfer inconsciente - que visa transferir para outrém defeitos próprios. De forma infundada, descontextualizada, irritada a senhora supra denuncia a violência gratuita em política, em parte espelhando ressentimento por quem dela fez deputada não ser poder (logo, não ir a ministra de qualquer coisa), em parte por ausência de conhecimento na área-objecto de análise na comissão parlamentar, em parte por uma congénita arrogância pseudo-intelectual que remete para o pior que as burguesias decadentes ainda ostentam. Em política, as comunicações de massa são domínio onde o mínimo de imprevisíbilidade da mensagem é acompanhado pelo máximo de imprevisão sobre a recepção, e esta, depois daquela indignidade da srª deputada, só revela aquilo que imputou a terceiro. Como leitura alternativa, até podemos supor que, depois de já ter percorrido todos os partidos do arco da governação, a dita senhora é, doravante, uma séria candidata à escola de artes performativas da mulher-palhaço, a Tété. Resta saber se esta admite pessoal menor na sua bela escola.