sexta-feira

Nobel da Economia:Teorias da Direita estavam erradas

Nobel da Economia:Teorias da Direita estavam erradas
por Lusa
O prémio Nobel da Economia Joseph Stiglitz considerou hoje que a crise mundial provou que o "pensamento da Direita sobre a economia de mercado" está errada.
"O pensamento da Direita sobre a economia de mercado - provou-se agora - está errada", disse o professor norte-americano à margem das Conferências do Estoril.
"Não há dúvida sobre isso. A Direita dizia que os mercados se regulam por si, se ajustam por si, que se houver um problema os mercados arranjam-se por si e muito rapidamente", explicou Stiglitz, acrescentando que também "havia a noção da sobrevivência dos mais fortes".
"Mas os bancos mais prudentes não sobreviveram, foram os bancos que arriscaram mais que sobreviveram", recordou o prémio Nobel, sublinhando que por isso mesmo, a crise "fragilizou todas as teorias da Direita".
"Os meus trabalhos sempre foram muito claros a afirmar que os mercados são em geral ineficientes quando a informação é imperfeita. E a informação é sempre imperfeita", afirmou.
"Os mercados financeiros têm tudo a ver com informação, por isso era óbvio que os mercados por si só não iriam funcionar bem", sintetizou.
Stiglitz prevê para os próximos tempos "uma economia global muito fraca".
"O cenário mais provável é o de crescimento negativo este ano e não-crescimento para o ano que vem", disse.
"Anteriormente os países saíam das crises com exportações, mas quando temos uma desaceleração global e sincronizada, não há ninguém para quem exportar", afirmou o economista, acrescentando que "o modelo que funcionou em 1997/1998 não vai funcionar agora". Tags: Economia
Obs: Stiglitz estando certo, não veio dizer nenhuma novidade desde que lançou o seu livro Globalization and Its Discontents há meia dúzia de anos. Mas entre o pensamento de direita (falido) e o pensamento de esquerda (que também não pode suportar todos os custos sociais da crise e da recessão) os pensadores económicos têm (e devem) inventar novas teorias para responder aos problemas socioeconómicos, esses sim, não sendo nem de direita nem de esquerda têm de ser atacados pelo Estado, pela economia privada e pela sociadade no seu conjunto. E, para o efeito, ainda não existe uma teoria global sistematizadora e integradora que seja ao mesmo tempo amiga dos mais desfavorecidos e indutora de crescimento, modernização e desenvolvimento económico.