terça-feira

Qual o melhor para a Europa? Durão ou Guterres...

Entre Durão e Guterres pergunto-me qual daria um eficiente Presidente da Comissão Europeia na actual conjuntura. Em comum têm o facto de ambos terem abandonado o poder nas instâncias nacionais, que lideravam, para abraçar uma carreira internacional de relevo. Durão executou a sua fuga do Governo português deixando um défice quase na casa dos 7%, com a Manela a desmaiar, Bagão Félix num ataque de nervos e o Governo entregue à bicharada capitaneada pelo impreparado Santana.
Guterres abandonou o Executivo na sequência duma derrota eleitoral autárquica, em 2002, além de ter ficado sem paciência para gerir aquilo que então designou de "pântano". Ambos falam bem línguas, embora Guterres seja, de longe, mais rápido a pensar e a articular, e tem uma cultura mais sólida do que Durão - cujo passivo da Cimeira dos Azores de que foi co-autor, de par com o mentecapto W., Aznar e Blair - fará dele um co-responsável na guerra civil que lavrou no Iraque e também alguém incapaz de enfrentar o terrorismo globalitário.
Guterres decidia pouco e ouvia muito; Durão não decide nem ouve, só obedece aos grandes da Europa, e agora, tem novo dono - ao qual, aliás, já se rendeu na Cimeira do G20: Obama.
Neste impasse, entre um Durão que já provou do que é capaz de fazer (apenas discursos sobre a globalização e passear-se no Darfur mostrando que é amigo dos pobres acartando sacas de farinha sob as câmaras da CNN) e um Guterres que hoje está a fazer um trajecto fecundo ao nível do Alto Comissariado para os Refugiados, não teria qualquer tipo de dúvidas que a Europa viesse a escolher Guterres para imprimir um novo rumo, missão e estatuto à Europa nos próximos anos.
Um pouco como fez Jacques Delors...
Esta seria uma dupla-alternativa caricata para pôr a Europa a rir..., enquanto se decidia qual daqueles seria melhor para uma Europa que hoje carece de projecto, missão, estatuto e de poder - que perdeu desde que Durão barroso assumiu os seus comandos administrativos duma Europa hoje velha e decadente, e intrépida - como o legado que Barroso deixa.