terça-feira

Uma ilusão insustentável chamada Ferreira Leite: o fenómeno NEPEL

Temos aqui fartas vezes criticado Manuela Ferreira Leite, tal não decorre pelo facto e ser uma senhora idosa. Se assim fosse, ou seja, se a idade fosse por regra um "armazém" de experiência, racionalidade, sabedoria - então Ferreira Leite seria uma mais-valia para Portugal, mas assim não tem sido na sua teoria e praxis política. Vejamos alguns exemplos que ilustram este enunciado:

  • - Em matéria de política económica Leite afirmou que Portugal não tinha dinheiro para nada, ainda pensei que ela estava a viver a experiência dos 6,8% do défice que deixou ao País quando integrou o ministério das Finanças do Governo Durão;
  • - Em matéria de segurança e de prevenção e combate à criminalidade, cujo climax alertou o País para o caso do sequestro à agência bancária de Campolide, Leite respondeu com a hibernação. Será que ela pensa que a sua experiência monástica inspiraria Rui Pereira, MAI...
  • - Na greve dos camionistas, também no Verão de 2008 - o seu silêncio foi oportunista, apenas visou amassar o Governo. Foi oportunista e comunista;
  • - Foi sistemáticamente contra uma política de investimentos públicos para relançar a economia, e o "riscanço" ao TGV seria o seu principal manifesto eleitoral além fronteiras, enquanto que muito boa gente do PSD apoia o projecto publicamente, e Paulo Rangel lá fez o frete, mais um, de fazer o golpe de rins político e pôr-se em linha com a senhora;
  • - No quadro das políticas activas de combate ao desemprego não se lhe conhece uma única ideia;
  • - Apenas apresenta a receita que qualquer português debita nos transportes públicos: baixa de impostos. "Genial". Seria depois com os seus vencimentos que ela iria cobrir as prestações sociais àqueles que hoje estão numa situação de necessidade ao nível do subsídio de desemprego;
  • - Depois Leite tem feito aquilo que correntemente se designa a "parasitagem" política de Belém, pendurando-se no PR para daí extrair algum rendimento político: teve azar. Desde o Estatuto dos Açores ao alinhamento oportunista com os sindicatos do sacristão comunista, Mário Nogueira, tudo lhe saíu furado.
  • - E, mais recentemente, nem o seu silêncio comprometedor ao caso Freeport lhe rendeu um pen. A campanha dos placards de Setúbal que mete Sócrates com o nariz grande - só revelou que Ferreira leite é uma velha gaiteira, trauliteira em matéria de campanhas e de marketing político colocando Portugal ao nível do 3º Mundo. Revela igualmente que nada sabe de economia em contexto de globalização competitiva.
  • Em matéria de política de empresa - também não é receita aceitável a líder do maior partido da oposição especar-se à porta das grandes multinacionais em dificuldades, como Leite fez com a Qimonda, fazer discursos tão oportunistas quanto miserabilistas. Não é assim que se impedem falências, deslocalizações ou crise sociais resultantes de turbulência nos mercados. Aqui o conselheiro-tóxico Pacheco Pereira podia fazer-lhe o recorte da imprensa internacional e dar-lhe a ler alguns artigos de Krugman, Stiglitz ou até mesmo de César das Neves, um fonte credenciada da U. Católica. Seria a melhor terapia para Leite reduzir os disparates que lhe saem da boca;
  • - Na última charla de Marcelo este disse que Leite está a afundar o Psd, conduzindo-o para um ponto de não-retorno - inscrevendo o partido da Lapa ao nível do partido do Largo do Caldas, embora Marcelo já conhecesse as capacidades - pessoais e políticas - de Ferreira leite. Nesse caso, por que razão Marcelo tem uma atitude irracional, denunciando dúvidas e apreensões... Não se percebe esta dualidade do comentarista. Será que ele, lá bem no fundo, almeja a desgraça política de Leite para se criar uma vaga de fundo que diga: Cristo, pfv, volta a descer à terra...

Ontem, como se pode ver pela imagem, Portugal viu uma Ferreira Leite com um novo look a atirar para o New Age.

Ela jura a pés juntos que deseja ser PM, o País, incrédulo, não acredita, mas também não tem a coragem de lhe dizer: "ó senhora - pfv vá para casa fazer bacalhau espiritual e cuidar do netinho". E é neste impasse que andamos, com o PsD a adiar uma esperança desde a década de 80, e Passos Coelho a ir às entrevistas do Mário Crespo debitar banalidades e agravar o défice político em Portugal.

O Psd hoje é uma sombra de si, converteu-se ao mesmo tempo num absurdo e num vácuo - por tanta ausência de matéria.
Mas uma coisa Ferreira leite valorizou e engrandeceu: o anedotário político mundial - ao sugerir que, doravante, um País integrado na União Europeia possa reclamar o regresso da ditadura como forma de implementar reformas.
É a NEPEL: Nova Entidade Política Estranha da Lapa.