sábado

Política-parasita e da terra queimada

É sabido hoje que a economia e a financeirização do mundo têm lógicas de funcionamento e de deslocalização autónomas da esfera de decisão política. Tanta é a pressão dos mercados e da economia sobre a política que até se fala numa subordinação desta àquela. Na prática, andam de mãos dadas e funcionam interactivamente. É normal que assim seja. O que já não é normal é que a actual "chefe de divisão" do psd acorra com uma lanterna a fazer declarações nos locais que, por razões ligadas à lógica dos mercados e da economia pura e aplicada - entrem em dificuldades - daí procurando extrair um capital de simpatia junto das comunidades locais e, assim, arrebanhar mais uns votinhos sabujos.
Parece até que a Manela quer que as pessoas fiquem desempregadas só para votarem nela.
Para quem diz ter valores e principios e se diz expert em economia - esta sua postura de andarilho só revela ignorância em termos do funcionamento da economia global e, em matéria política, que esta também não paga a traidores.
O problema de Ferreira leite é que não percebe nada de nada, e faz declarações avulsas que lhe são ditadas de véspera para aquela ocasião. Ela desconhece a desconexão inquietante do económico e do político, do económico, do social e do cultural, e, por ressalto, do social e do político. Trocando por miúdos para a srª Leite perceber: o político já não é capaz de gerir o social porque já não domina o económico.
É, pois, o primado do económico e do financeiro, seja nos factos seja na ideologia, que hoje corrompe as esferas social, política e cultural. O económico é um meio e não um fim.
Mas é a inversão desta evidência que torna o mundo actual num lugar onde nada é certo, linear e previsível, e é esta nova lógica da globalização competitiva que os "Pachecos" que assistem a srª leite ainda não lhe puderam ou conseguiram explicar. Daí as toneladas de asneira que a madrinha do António Preto debita sempre que abre a boca.
Amanhã, por uma fatalidade do destino, quando uma ponte cair, lá estará a Manuela com a lanterna acesa e com o fato submarino; quando um comboio descarrilar lá estará a Manuela com o apito; quando um edifício na Lapa ruir lá estará a Manuela de capacete armada em mestre-de-obras, e assim por diante naquela sua "coerência seletiva" que até a levou a apoiar santana para Lisboa. Lamentável.
No fundo, o que a manuela nos quer dizer é que errou na profissão: em vez de brincar à política, para a qual não tem nenhuma vocação, ela deveria ser Bombeira.
Voluntária. Na Cova da Piedade estão abertas inscrições.
Agora o que daria jeito à Manela seria mais uma Ponte-entre os rios...
É a isto que se designa política-parasita.
Regressa - Meneses, estás (a)perdoado...