sexta-feira

"O Delfim" - breve evocação de José Cardoso Pires -

Rogério Samora em "O Delfim"

O Delfim é um filme português, realizado por Fernando Lopes, no ano de 2002. O argumento, escrito por Vasco Pulido Valente, baseia-se na obra homónima de José Cardoso Pires., Wiki.

Portugal, finais dos anos 60. Tomás Palma Bravo, o Delfim, o Infante, é o herdeiro de um mundo em decomposição. É ele o dono da Lagoa, da Gafeira, de Maria das Mercês, sua mulher infecunda, de Domingos, seu criado preto e maneta, de um mastim e de um "Jaguar E", que o leva da Gafeira a Lisboa e às prostitutas.

Há algo de Leopardo nisto...

Mudando de obra, permanecendo no mesmo autor: imagine-se que, a dado passo, temos um AVC e temos imediatamente de ser operados. Quando acordamos não temos memória. Que fazer!? José Cardoso Pires passou por isso, escreveu sobre isso e concluíu o seguinte:

Sem memória esvai-se o presente que simultaneamente já é passado morto. A memória é indispensável para que o tempo não só possa ser medido como sentido. Se o sonho é já por si uma memória, sem memória poderá o indivíduo sonhar?

Pergunto-me quantas vidas Saramago teria (mais) de viver para alcançar a excelência de um JCP, de um Vergílio Ferreira, de uma Agustina. Mas do que a malta hoje gosta é da Pedrosa. Meu deus, deixem-me fugir. Só não sei para onde...

Se calhar vou também para Dili...