quarta-feira

Paulo Pedroso caiu em "erro duplo", in TSF

Paulo Pedroso caiu em «erro duplo»
Mário Bettencourt Resendes considera que «no plano pessoal» Paulo Pedroso deveria ter evitado fazer uma entrevista polémica.
«Há poucos dias anunciou o regresso ao Parlamento, depois de uma situação pessoal e politicamente melindrosa, como é do conhecimento público, mandaria a prudência e o bom senso que esse regresso se fizesse com reservas e sobretudo com algum cuidado», adianta o comentador.
No plano político, como socialista, Paulo Pedroso ao dizer que o PS deve estar disponível para alianças políticas, está também a cair em erro, na medida em que está a questionar a maioria absoluta, «um objectivo que o PS deve programar». A TSF procurou também uma reacção do líder parlamentar do PSD à ideia de Paulo Pedroso de formar um bloco político central em 2009 se nenhum dos partidos conseguir a maioria absoluta. No entanto, Paulo Rangel preferiu não fazer qualquer comentário.
Do lado do Governo, o ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva, também optou por não comentar a entrevista de Paulo Pedroso.
Obs: Com efeito, não se pode sair do "inferno" e entrar directamente no "paraíso" da política. Não há passaportes destes nesta vida. Tudo por um conjunto de razões óbvias que está inscrita na natureza das coisas.
De resto, Paulo Pedroso ao admitir, ainda que em tese, uma aliança com este PSD - que é a coisa mais absurda em termos políticos do post-25 de Abril em Portugal (sem projecto, líder ou rumo) é estar a diminuir o PS, o seu líder e o projecto de modernização do País que tem em curso. No fundo, as suas palavras soaram a tiro no pé. E a comparação com a aliança governativa na Alemanha - só muito dificilmente encontra paralelo em Portugal.
Este erro de percepção não é, porventura, tão grave como aquele erro grosseiro que a Justiça cometeu com Pedroso, mas não deixa de ver nele um actor político destreinado que, precisamente, num momento em que se pedia prudência e sobriedade - denuncia alguma extravagância analítica que qualquer estagiário da política refutaria.
Seria desejável que o erro de apreciação política de Pedroso fosse mais suave, o que implicaria ouvir dele uma outra defesa: a de que o PS talvez se pudesse entender mais com o PCP e o BE, agora com este PSD?! É óbvio que Sócrates jamais aceitaria qualquer uma dessas opções governativas...
Ainda veremos Sócrates, se um dia tivesse de entrar por aí, empurrado pela ditadura das circunstâncias, convidar Manuel Monteiro da Nova Democracia a formar Governo.
O que não deixaria de ter a sua graça, sobretudo num momento em que o Paulinho das feiras representa uma nulidade política em Portugal...