domingo

Manuel Alegre padece do síndrome da puberdade (política) retardada

Manuel Alegre integra a história do PS, geracionalmente viveu-a por dentro, sedimentou a sua história, como poeta recitou-a, combateu o regime, exilou-se, regressou, como deputado gosta de fazer vox-grossa para msotar que é homem-rijo e nas últimas presidenciais fez a pior das maldades a Mário Soares: fragmentou a esquerda partindo-lhe o eleitorado relegando Soares para segundo plano.. Nesta óptica, Alegre abre cisões em lugar de construir pontes, sectariza mais do que coopera. Agora vem dizer para não o desafiarem, porque ele ainda é capaz de fazer imensos estragos ao seu próprio partido. Alegre, como dissémos, pensa que o futuro se faz apenas de passado, e, mais grave, pensa que o passado se replica no futuro de forma linear e previsível. E aqui convem perguntar para onde fugiu o seu milhão de votos nas presidenciais que ele entendia converter noutro movimento? Espraiou-se no éter, certamente!!! Alegre faz o que faz porque é um homem tremendamente orgulhoso e caprichoso, gosta, à sua maneira, de dar nas vistas, reclama da República aquilo que o PS, naturalmente, jamais lhe daria: status e um perfil de "menino-velhinho-guerreiro". Sinceramente, jamais veria Alegre no Governo, ou até mesmo em Belém e nunca à frente de um partido político: não tem disciplina, densidade e espessura política e tem um discurso tão redondo quanto o de Sampaio. Não inova em nada e a política com ele seria a coisa mais chata do mundo. Alegre quer protagonismo porque não sabe o que há-de fazer à velhice, e como não gosta de jogar à sueca ou ao dominó lembra-se de pegar na perna daqueles que tentam fazer progredir os indicadores de desenvolvimento social e humano de Portugal. Quando me falam em Alegre só o vejo numa função, legítima de resto: recitar poemas aos pombos, às pombas e aos inúmeros turistas que andam num vai-vém Chiado acima, Chiado abaixo. Será que Alegre ainda não percebeu que a única pessoa que se leva a sério é ele próprio e a Helena Roseta, sabe-se lá porquê...
Uma nota final: toda sintomatologia política de M.Alegre me parece a do excêntrico a quem saíu o euromilhões e agora não sabe o que há-de fazer ao dinheiro. Com a agravante de que Alegre também desconhece o que fazer dos seus tempos mortos, e como os desconhece resolve implicar com o PM, que detesta.
Sugerimos aqui ao poeta Alegre que faça um transfer e dirija todo o seu ódiosinho de estimação e rancôr político para Meneses, talvez fizesse mais pela pátria e, já agora, também pelo PS - que hoje governa Portugal.