segunda-feira

A "burrice" do dia...

in jumento "Num tempo em que analistas e candidatos a analistas fazem uso do seu melhor serviço de conhecimento plástico, com muitas citações a autores capazes de enriquecer o texto mais idiota e uma grande profusão de termos na moda, o mesmo tempo em que adversários tentam destruir e admiradores bajulam Sócrates até ao orgasmo, vale a pena ler o post que o Professor Maltez dedica à questão das relações entre Europa e África, "Entre a Conferência de Berlim (1884-1885) e a cimeira de Lisboa (2007)". Pela qualidade e coerência da escrita, pela capacidade criativa um pensamento enriquecedor, vale semrpe a pena ler o "Sobre o Tempo que Passa":
  • Expressões/sinalizadores de texto (feita pelo autor deste blog): "analistas, candidatos, a idiotas, orgasmo, Sócrates, bajular, destruir, adversários, admiradores, Europa".
    Parece até que a Europa está ou em regime de orgia ou em guerra civil, evocando o tempo dos romanos. É o regresso dos bárbaros à Península.
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  • «Neste dia da Senhora da Conceição, rainha de Portugal, e de cimeira euro-africana, a maior das cumeadas políticas até hoje realizada em Portugal, apenas se confirma que a falta de justiça na distribuição da riqueza é directamente proporcional às degenerescências da política, como são, e sempre foram, as tiranias, as oligarquias e as ditaduras das maiorias, para não falarmos nas variantes da cleptocracia, do nacionalitário, do tribalismo, dos senhores da guerra e do fundamentalismo. Por isso, começo por encimar este postal com a Acta Final da Conferência de Berlim sobre a partilha de África, de 1885, onde não faltou o próprio imperador dos otomanos.»
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Obs: Constato que nos últimos dias o blog do José Adelino Maltez - Sobre o tempo que passa - foi mais citado nesta última semana do que nos últimos três anos, pura coincidência, certamente. Mas uma coincidência (metereológica), de resto, que me apraz, apesar do visado não precisar e estar-se, em bom português, a marimbar para essa república de citações tão oportunistas quanto fragmentárias que eu também partilho. De resto, aqui mal fundamentadas, na forma e no conteúdo, e enchidas a chouriço, como diria Stevie Wonder numa passagem por Albufeira nos anos 80.
Joseph Stiglitz era um grande analista, um grande economista e, afinal, segundo parece não passa dum candidato a analista que apenas faz uso do seu "conhecimento plástico". Pergunto-me se não será nenhuma alusão aquele cartão visa do bcp que até para talhar pizzas agora serve!!!
Andei eu convencido que a liberalização apressada dos mercados africanos (denunciada por certos líderes africanos em Lisboa, e com razão!!), defendida por Stiglitz, produzia mais instabilidade do que crescimento económico. As investigações do Nobel comprovavam isso mesmo e, no entanto, o FMI/BM/OMC (as três instituições gémeas que comandam o sistema económico internacional saído de Bretton Woods/1945 - desgraçaram o continente com aquelas políticas públicas neoliberais) continuava a promover essa liberalização por motivos interesseiros, ideológicos e políticos. O resultado foi uma desgraça continental que todos conhecemos: corrupção, cleptocracia, nepotismo, fome, miséria, sida e, claro, guerras civis.
Mas agora, segundo a mais moderna teoria económica do Terreiro do Paço, sobrevem um revisionismo de bancada soprado por alguma brisa marítima made in Barreiro mitigada nos Cais-do-Sodré que faz tabela na estátua do cavalo do D. José - (evocando os faduchos peraltas do Rodrigo), que outros designariam "idiota" - com um potencial de up-grade que até deixaria o próprio Stiglitz de boca aberta, senão mesmo paraplégico.
Mas obviamente que o Stiglitz não é parvo, muito menos treinador de bancada e lê livros (não se atém só às consultas na intermet, típica dos estagiários), por isso só por brincadeira é que aqui solicitamos ao comité Nobel que retire o referido galardão ao respectivo professor de Economia.
PS: "bajular Sócrates até ao orgasmo"... Meu deus, que linguagem... Esperemos que a Fernanda Câncio não leia essa passagem tão rude quanto boçal denunciando até falta de vocabulário, porque isso até pode gerar uma situação complicada. Lembram-se do prof. Charrua e da "dama das camélias" lá da DREN. Pois é!!! Também isso foi feito em nome de boçal qualificação.