quarta-feira

Miguel Sousa Tavares em todo o seu esplendor. Está de parabéns o homem

Confesso que gostei de ver o Miguel Sousa Tavares na SIC a enquadrar o seu livro, Rio das Flores: é um tipo com "tomates", sabe pensar, sabe falar, é genuíno e autêntico, é frontal e não enrola a língua nem desmerece os outros e, ainda por cima, escreve bem. É pena ser do FCP..., mas não se pode ser perfeito!!
Referiu ainda o legado da senhora sua Mãe, Sophia de Mello Breyner Andresen, o que foi um gesto bonito de se ver em directo. Bonito e merecido, pois a Sofia era uma Senhora em todos os aspectos, até na arte da poética onde deixou uma marca d´água que ainda hoje perdura e anima as crianças de todo o mundo onde os seus livros são lidos.
A jornalista, a Srª Ana - é que poderia ter-se preparado melhor para a entrevista, pois ao termo de 3º min. fiquei com a sensação de duas coisas: ou estava a "fazer-se" ao Miguel em pleno directo (que vergonha!!!), o que o fez entornar o copo d'água sobre a dita para ver se ela arrefecia; ou então, a dama estava literalmente a encher chouriços por não saber o que mais haveria de perguntar sobre o enredo de toda a narrativa do romance histórico, Rio das Flores.
Ainda pensei que Ela perguntasse ao Miguel se costuma escrever alguns capítulos na cama, à lareira ou...

PS: A parte que o Miguel reservou ao jornalista VPV - que ele desconhecia que o era - foi verdadeiramente destrutiva, dizendo que o Vasco o parasita para se promover e vender mais uns livrinhos (do sec. XIX, acrescentou eu) - à sua conta. Era previsível. O Público, como se estivesse a cobrir o Terramoto de 1755, fez o frete para vender mais uns exemplares, o Vasco recebeu o cachet e aliviou a bílis - e o Miguel na Sic de Balsemão (também dono do Expresso onde trabalha) acabou por esfrangalhar ambos: jornal do Belmiro que anda aflito com a falta de Pub. que provoca míngua de receita e o historiador com duas ou três frases.

Isto também revela a identidade e o carácter de um bom escritor, com garra. Neste caso, no meio de múltiplas guerras: pessoais, empresariais, editoriais, corporativas e outras que tais.

Com todo o seu rancor, ódio e inveja que o Vasco pulido Valete nutre pelo Miguel (e a que o douto Marcelo irá, por certo, comentar na próxima missa de Domingo) conseguiu disfarçar nas suas linhas hoje no Público que aqui republicámos, ele e o jornal Público conseguiram uma proeza: promover ainda mais o MST e a sua obra, e até eu que nunca li nenhum livro do Miguel este Natal estou a pensar pedir ao menino Jesus que me envie o embrulho lá para casa. Agradeço ao Público e ao vasco.

Se Deus existe que tome nota, que depois eu envio a morada para o além... E se for bondoso e quiser enviar dois exemplares que faça favor, que depois reencaminharei o excedente ao cuidado do Vasco para a sua colecção de rancores e ódios de estimação.

E assim vão as Artes & Letras em Portugal. Podia ser pior se houvesse duelo, chapadas e sangue...

  • PS: Alguns dos royalties do Miguel deveriam servir para pagar algumas das fotos que aqui publicamos, tiradas à chuva e ao frio... Ele que pense nisso e me garanta o Natal.