domingo

Marcel'Ota

De aviões - o Marcelo é que sabe!!! Até deu 16 val. a MMendes - que, coitado, passa a vida a dar cambalhotas, mormente em matéria aviónica. O 1 foi pelo vira-casaquismo de Mendes (uma vez no governo); o 6 pela cambalhota (na oposição). Brilhante e, sobretudo, muito "isento" e "imparcial"... É assim que Marcelo se credibiliza e vai perdendo milhares de telespectadores. Marcelo deve pensar que os 10 milhões de tugas são todos seus alunos. Ainda bem que outros analistas - mais isentos e rigorosos - não caem na tentação, por vezes mesmo no ridículo, de darem notas aos outros...
Marcelo hoje esteve bem, i.é, igual a si próprio - um prestidigitador analítico a duas mãos ainda mais hábil do que Socas como PM. Marcelo diz a que decisão da Ota já há muito que está tomada, sendo certo que esta encomenda da CIP - chancelada por Belém e S. Bento - que aponta baterias para Alcochete - não passa de areia na engrenagem e de poeira para os olhos dos tugas. Só faltou dizer que aquilo não passou duma simulação, duma espécie de um não negócio - apenas com existência virtual para calar momentâneamente a opinião pública e publicada e aplacar as excitações da oposição.
Até pode ser assim... Dado que o LNEC anda há uma década a estudar a Ota, pelo que é muito natural que os seus engenheiros hoje mantenham a mesma posição, porventura ainda mais qualificada e reforçada. Aliás, a forma desbocada como Mário Lino faz política - denuncia bem o seu atestado de tranquilidade aos autarcas da região do Oeste - deixando entrever que a Ota está no "papo" e o mais é para adormecer a opinião pública até ao final do ano, dado que o governo agora precisa de se concentrar é na presidência da UE. Aviões só em Jan. de 2008.
Contudo, Marcelo está para análise política televisiva como Vasco Pulido Valete está para a imprensa escrita, ambos equacionam geniais diagnósticos mas ideias alternativas, propostas de solução, metodologias de acção - ZERO. Aqui até parece que Marcelo copia Vasco e este decalca aquele, parecendo até unhas gémeas do mesmo pé.
A este propósito lembro-me que a semana que passou arrancou na 2ªfeira no Notas Soltas com António Vitorino a propôr um conjunto de critérios tão razoáveis quanto urgentes que devem ser fixados previamente a fim de não se desistir a meio só porque o jogo ou os resultados não interessam aos players. Coisas simples: que custos terá o aeroporto; qual o seu impacto ambiental; que expansibilidade terá (caso seja na Ota ou em Alcochete); e qual a durabilidade dessa infra-estrutura.
Tudo, naturalmente, numa lógica comparativa - de preferência entre duas ou mais opções. Pelo nosso lado, e porque o debate político e técnico está óbviamente inquinado, sugerimos a realização de um mega-estudo por parte da UE..
Mas Marcelo é como Vasco, são uns "maseratis" a diagnosticar e uns "jumentos" a propôr alternativas. Perante isto creio que Marcelo não diz quais os critérios que devem presidir ao dito nem aponta uma solução - ao menos em tese - porque se calhar ele é dos que desejaria a construção do aeroporto internacional de Lisboa na Marginal de Cascais com uma manga directa à quinta da Marinha.
Duas notas finais:
1. Este post esteve para se chamar: aviões e marcelices;
2. Concordo com muita coisa que Marcelo disse, mas atribuir um 16 a MMendes pela posição deste em matéria de Ota é brincar com os portugueses, ou então é mais um sinal de que aos domingos o solário gera efeitos secundários na mioleira do comentador.