quarta-feira

A (miserável) condição humana e os 7 pecados capitais da Uni-connection

Esta "estória" que tem afectado a credibilidade de Socas tem-me obrigado a reflectir na miserável condição humana. Nos pecados capitais que, afinal, somos todos portadores, porque, ao fim e ao cabo, somos todos de carne e osso com desejos e pulsões, com interesses e paixões, com qualidades e defeitos. E Sócrates, obviamente, não escapa a esta condição: a condição humana. Quem já não foi tocado pela soberba, pela avareza, pela luxúria, pela ira, pela gula, inveja e até pela preguiça!? E agora soma-se mais um pecado: o da chantagem político-administrativa a partir duma universidade privada desesperada.
Isto acontece agora e porquê? É óbvio que os portugueses não são parvos, Mariano Gago encerrou a "tasca", e isso potenciou o capital de chantagem político e emocional sobre o próprio PM, ex-aluno daquela "coisa".
Por outro lado, as pessoas gostam que o seu líder ultrapasse os obstáculos, ou seja, apreciam que aqueles que governam saibam enfrentar os obstáculos e as adversidades que outros parasitas e pessoas comuns vão plantando pelo caminho armadilhado da vida em que nos é dado viver. São testes que o povo gosta de ver ultrapassados, nem que seja para avaliar a fibra das pessoas que governam, conhecer o modo como reagem às provações, de vencer os problemas. Isto é tão válido para a vida política activa, como para o plano interpessoal.
Não há maior satisfação do que encontrarmos intra-muros o nosso herói colectivo, depois de expiados os nossos pecados colectivos. Afinal, quem não tem podres na vida!? Quem?? Uns mais graves do que outros, certamente!!! Eu, por exemplo, nunca assaltei um banco por telefone, ainda por cima não dominando a língua desse país...
Contudo, é necessário que o político no activo se esforce por compreender o que lhe está a suceder a cada instante, e saiba retirar daí as lições, modificando aquilo que na sua conduta o levou ao fracasso. Em rigor, Socas, cada um de nós dos 10 milhões de pessoas que habitam este nosso Querido Portugal - deverá reflectir sobre si mesmo, pois não haverá destino mais promissor sem esta introspecção (trans)lúcida.
Sabemos também que não é possível mudar tudo no nosso passado só porque aconteceu um problema. Nem os camaleões, como MMendes, têm o seu futuro assegurado. Ninguém tem lugares cativos em Democracia. Tudo roda, tudo é alternância, até a própria vida é rotação.
Sublinho: os portugueses já perceberam que houve condutas de Socas passadas há 15 anos que não serão as mais correctas, agravadas por um sistema de ensino privado que nunca foi rigoroso, nem justo.
1. Mas pergunto-me qual de nós não foi já soberbo - pensando estar na posse de toda a verdade?
2. Qual de nós não foi já ávaro - querendo beber o pote de mel de enfiada?
3. Qual de nós não foi já lascivo/luxuriante - andando com a cabeça cheia de hormonas e esperma à passagem duma Claudia Schiffer à nossa frente? Disse Claúdia mas também poderia ter dito Catarina ou Bárbara... Como dia um Imperador romano: como poderei eu governar com aquelas mulheres alí, a olhar para mim!!
4. Qual de nós não ficou já irado - parece que aqui Socas é o prato do dia, suspeita-se que com alguns jornalistas, e os assessores também não ajudam muito...;
5. Qual de nós não foi já guloso - querendo fazer a matança numa festa de anos, aqui MMendes é o guloso-mor da República a avaliar pelo oportunismo execrável daquelas suas conferências de impressa coladas a cuspo que acabam por ter um efeito-kamikase;
6. Qual de nós não foi já invejoso - que, segundo Camões, é a característica que melhor nos define. Até os padres invejamos se soubermos que eles têm uma relação especial com a mulher mais interessante da aldeia, e não é por razões religiosas ou espirituais certamente...;
7. Qual de nós não foi já preguiçoso - e aqui Socas foi tremendamente responsável pelo laxismo em que deixou cair esta situação simples. Aliás, os portugueses são estruturalmente preguiçosos, por isso cultivamos a poesia, o fado, o saudosismo, o messianismo e até o fatalismo. O PM não escapa a esta condição de que todos enfermamos, pelos vistos.
Com a avaliação destes 7 pecados capitais aplicados ao caso belli que os media têm em agenda, de forma vampira, apenas desejaria referir o seguinte: na base da adesão do povo está sempre a estima que o político é capaz de inspirar pela sua solidez e pela sua determinação e coragem. Aliás, o povo - sempre ávaro de sangue - até gosta que ele se assuma tal qual é, e não um cata-vento com alguma oposição.
Se assim for e se governar para o bem comum, daqui por um mês os portugueses vão-se perguntar: será que a Uni já se converteu num Pavilhão dos Desportos!? E, já agora, quando é que o PM baixa os impostos, capta mais investimento, aumenta as condições de empregabilidade e põe a economia real aos saltos...
Eis o que verdadeiramente interessa em Portugal e para os portugueses.