sexta-feira

Encerramento da UnI e alteração de designação da Universidade Internacional

Privadas inspeccionadas
Mariano Gago disse estar 'incomodado' com o caso e pediu uma 'repreensão moral', seja qual for o resultado dos processos legais. Um dia depois de ter ordenado a abertura de um processo de encerramento compulsivo da Universidade Independente (UnI), o ministro da Ciência e Ensino Superior, Mariano Gago, não poupou críticas aos responsáveis da SIDES, a entidade gestora, pela “falta de respeito” a que têm sujeitado os alunos da instituição. Mariano Gago pôs de lado a imagem branda para deixar claro que só não actua de outra forma por ser obrigado a cumprir a lei. E garantiu que todas as universidades privadas serão inspeccionadas. Visivelmente irritado com os últimos acontecimentos, Gago repetiu que a UnI tem até quinta-feira para repor a normalidade. Apesar de referir que o fecho “não é desejo do Governo”, porque “é uma nódoa no ensino superior”, o ministro destacou que não toma nenhuma decisão mais cedo porque há prazos legais que têm de ser cumpridos. A título de desculpa, quase deixou escapar que não põe um ponto final na universidade porque “é impreterível que este processo seja instruído”. “Por muito que isso possa ferir o bom senso de todos, compete ao Governo cumprir escrupulosamente o que diz a lei”, disse. [...]
INTERNACIONAL MUDA DE NOME Em Abril, por ordem do ministro, a IGES vai verificar as bases de dados de todas as privadas para analisar se cumprem os requisitos de natureza pedagógica. Isto porque “há institutos que não têm condições para usarem a designação de universidade”, por não terem o número de cursos e docentes exigidos por lei. A primeira vítima foi a Universidade Internacional, que foi já notificada para mudar de nome.
Obs: Uma decisão que só peca por tardia. Pois há muito que a UnI deveria ter sido encerrada. Mas não a qualquer preço, mas salvaguardados os interesses dos alunos que hoje deveriam ser devidamente ressarcidos e integrados noutras universidades, o que não será fácil. Mas o mais grave é a imagem que fica segundo a qual um bando de empresários pouco escrupulosos pretendem fazer do ensino um negócio de carne para canhão apenas para realização dos seus objectivos e caprichos pessoais, muitos dos quais se prendem a projectos de poder com contornos fraudulentos e criminosos. Haverá aqui uma Angola-connection?! Tanto um como outro (Verde e Arouca) acabaram na pildra e por lá têm dormido... Esperemos não tenham estranhado nem o colchão nem a comida. Já agora uma questão me assalta o espírito: terão eles - directamente da puldra - visto a tv? Assim teriam uma percepção mais lúcida da irresponsabilidade que têm cometido e das figuras tristes que, por essa via, têm pressionado os alunos a fazer. Esta gente já não é uma nódoa, mas uma mancha.
Quanto à Universidade Internacional, a coutada privada do douto Adriano Moreia, pois bem, há que também aí fazer mudanças, não só na designação mas também na qualidade do ensino e dos cursos, porque o regime de cunhas que alguns ex-salazaristas imprimiam à casa foi devastador. Aliás, em Portugal muita coisa ainda dorme na cama antes de ter existência, hoje apenas temos mais liberdade mas depois não sabemos o que fazer com ela. Nem com ela nem com a democracia...