sexta-feira

Um melhor 2007: mais tempo com os problemas...

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Qualquer pessoa, empresa ou país precisa sempre de duas coisas essenciais: explorar algo para se tornar realidade; e criar/transformar essa realidade em algo com utilidade geral, com valor económico. A vida empresarial tem sido construída nestas "explosões" de criatividade, seja por recurso às tecnologias, às pessoas, aos capitais - ou a ambos de forma articulada.
Se dissermos que as empresas internacionais sabem criar - ao invés das nossas - que não foram treinadas para conceber - não andamos muito longe da verdade. Os portugueses também não foram educados assim, para a inovação constante. Isto porque existe uma grande resistência e inércia em nós e receio ante o desconhecido e a incerteza. E é essa necessidade de reduzir o medo e a incerteza que nos leva a ser como somos: temeratos e pouco criativos ou inovadores.
Nesta conformidade, pergunta-se: o que faz falta a Portugal? Ideias de gestão, frenesim de reengenharia, explosão de eficiência, um mar de criatividade, renovação... Repetição, imitação. Einstein dizia, com graça, que o único sítio onde o sucesso vem antes trabalho é no diccionário.
Mesmo assim, há já empresas portuguesas que seguem à risca aquele padrão de produtividade e não conseguem ter sucesso e vingar nos mercados. Essas, certamente, caíram naquilo que se chama armadilha da competência. E é aqui que se cai no dilema do empreendedor, ou seja, se por um lado a inovação e eficiência de gestão são indispensáveis, por outro lado elas interferem com as rotinas da produção e podem levar ao fracasso. Quer isto dizer que seguir à risca uma estratégia cega de sucesso pode, por vezes, cegar, pode ser o próprio inimigo das nossas próprias empresas.
No final dos anos há sempre aquela tendência meio parola de fazer balanços e, ao mesmo tempo, sugerir caminhos a seguir para o futuro. Não é esse o nosso propósito nesta simples reflexão. O que apenas procuramos enfatisar, sobretudo nesta época de incerteza e até de crise em que se encontra o nosso País, as nossas empresas e os portugueses em geral - é que, de facto, a tarefa mais difícil não consiste em aperfeiçoar o que já conhecemos, mas em criar o desconhecido, encontrar novas ligações para as coisas que inventamos ou produzimos, ou seja, fazer como o tal jovem economista (Steven Levitt) - encontrar o lado escondido das coisas. Ele, pelo menos, teve suscesso, ainda que outros antes dele o tenham escrito com mais solidez.
E em Portugal - seja ao nível da grande empresa, seja no plano da micro-empresa, temos de encontrar melhores plataformas de comunicação de forma a que as organizações desenvolvam perspectivas de funcionamento e de vida a mais longo prazo, e não multipliquem actos de deslocalização como quem muda de camisa.
Afinal, o que pretendemos dizer é que a inovação não é uma coisa só para génios nem exige só perfeição, a inovação exige, essencialmente, persistência.
Não é que eu seja muito inteligente, consigo é conviver mais tempo com os problemas, disse um dia Einstein.

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