sexta-feira

Regresso a Johann Gutenberg

Neste tempo fazia-se muita força para imprimir o que quer que fosse. Mas os caractéres não estavam poluídos como hoje. E não me refiro ao pó nem à rudimentar tecnologia de então (séc. XV)...

Recordo só que a Bíblia impressa por Gutenberg entre 1452 e 1455 teve uma tiragem (para nós hoje ridícula) de 200 exemplares. Isto vende zaramago num ano. Lol (como agora se diz).

Então os homens eram mais ingénuos, então não havia televisão. Foi esta que, em parte, nos corrompeu. E hoje é a voragem das imagens que nos subtrai à lógica, aos conceitos e à razão entre os homens. A televisão produz imagens e apaga conceitos. É assim que a tv nos atrofia a capacidade de abstracção e com ela toda a capacidade compreender, como diria Max Weber. E por falar em Weber, nunca vi o sr. doutor Carrilho - falar no maior sociólogo da modernidade, o que é duplamente grave. Explico: ou não o leu e é uma atitude intelectualmente taralhoca; ou leuo-o e, como se faz recorrentemente na academia em Portugal, ocultou-o cínicamente. Por mim, confesso, creio mesmo que Carrilho só se lê a si próprio, por isso... Assim, jamais será acusado de crime de plágio ou de violação de direitos de autor.