quinta-feira

O terrorismo no mundial de futebol

É sabido que desde que nascemos corremos perigo. Podemos ser mordidos por uma mosca das áfricas, das arábias ou vir a cair nas garras de carraças quase inatacáveis. Até debaixo do alpendre do padeiro ou do talho se morre. Dentre em breve está aí o mundial de futebol, e não obstante a Alemanha ser um país e uma cultura organizada, disciplinada e rígida nada nos garante que as milhares de pessoas que escolhem as grandes praças para verem os jogos em écrans gigantes não sejam varridos por tnt. Hoje vieram a lume notícias que exploravam essa forte possibilidade, em particular com certos jogos. O perigo espreita, portanto... Esta situação requer uma gestão e vigilância do espaço interna e externo do país - ante os efeitos desregularizadores do islamismo mais radical, fanático e fanatizante que ameaça as sociedades europeias. Hoje, o Ocidente carrega esse fardo da incerteza e do risco, e parece até que é o seguro que tem de pagar por aquela zona cultural não se ter desenvolvido. Sabendo nós que o islamismo mais fundamentalista está em expansão há que tomar todas as cautelas. Se é certo que essa deriva cultural e opção política não oferecem um quadro cultural propenso à modernização em contextos de mobilização competitiva, ou seja, à globalização, é, ao invés, um eficiente catalizador para mobilizar grupos terroristas - que funcionam, precisamente, como poderosos instrumentos de aglutinação contra essa mesma modernização do Ocidente. Paradoxalmente, o mundial de futebol parece ser o fenómeno de massas ideal a partir do qual tais grupos terroristas parecem querer tirar os seus dividendos psicológicos, logísticos e políticos através do método da morte como arma política. Por isso, não será de estranhar que essa "inteligência maligna" comece a organizar-se por aí a fim de produzir o maior número de danos possíveis. Há que saber, desde já, fazer o contrapeso a essa tendência ameaçadora que já deve estar em gestação. Mas do que se sabe da intelligence nacional é que lê o dn de manhã e o público à tarde. Veremos se conseguimos aprender alguma coisa com os alemães nessas cooperações reforçadas. Isto, claro está, se o actual PM José Sócrates não se lembrar de ir recrutar o veigazimão para a tutela desses Serviços e depois, por lapso, estupidez ou maldade, mandar publicar os nomes desses técnicos de informação (ou analistas) para as páginas do Independente. Enfim, são os fios que a democracia tece, embora com cheiro a salazarismo que, naquelas gerações, nunca se perdem. Quem sabe se Belém ou S. Bento não convidam de novo o sr. Alberto Kissinger a dar parecer - seguindo já o seu velho estilo e método do lacrau... Até porque a Alemanha é capaz de (ainda) lhe dizer algo!!! Nem que seja por compaixão...