segunda-feira

Crise, qual crise?

Image Hosted by ImageShack.usDepois do jogos de espelhos do Natal e Ano Novo sobrevem novamente a realidade, com os seus espinhos aguçados como se fossem espadas de damôcles apontadas às nossas cabeças, para aqueles que (ainda) as têm, naturalmente. Hóteis cheios, consumo em larga escala, hipermercados a abarrotar - e a arrotar - muita poluição de carros potentes, misturada com o smog da época. Discotecas povoadas de perfume e futilidade. É certo que os campos já não produzem trigo, milho ou tomate como outrora; as nossas vacas leiteiras estão cada vez mais cadavéricas, e a qualidade do leite da teta diminuiu drásticamente; é certo que os soutiens chineses inundaram os nossos mercados; a nossa indústria é uma sombra do que foi, e como nunca foi coisa alguma - hoje - com a meretriz da globalização - ainda está pior; os serviços, a ajuizar pela capacidade hoteleira de Alberto J. jardim na Madeira, é que estão de vento em poupa. Jardim é o máximo, e Portugal deveria colher nas ilhas os fundamentos da sua riqueza e transpôr para o "contenente" as maravilhas e a capacidade de gestão económica e política do amigo Al berto. O mesmo que já chama Cavaco de Sr. Silva... Se a vergonha matasse, o sr. Al v~berto já estaria defunto hà centúrias. By the way, será que ele já concluiu o curso de direito??? Ora daqui decorre uma coisa simples: a crise não existe; ela é (só) psicológica, ou "psicólica", como diria um amigo meu que já partiu. Então qual é a receita para o Ano Novo que aí está? Julgo que deveremos fazer alguma coisinha para desenvolver a já nossa grande porsperidade, dado que a crise é só aparente. E isso faz-se como um expediente: a visualização criativa - que permite compreender que o universo é todo ele abundância, e que a vida está, de facto, a tentar dar-nos tudo aquilo que desejamos do fundo do nosso coração. E aqui não cabem falácias como meio milhão de desempregados; um PIB microscópico; uma agricultura e uma indústrias ausentes; hoje, ao invés, temos mais sol porque chove menos; temos também mais PC ligados em rede, o que só nos agrava as contas da net ao fim do mês - que serve para tapar o buracos das empresas fornecedoras que estão quase em estado de insolvência. Tudo o que efectivamente precisamos ou desejamos - conseguimos obter em Portugal. Tudo isto está à nossa disposição; só precisamos é de acreditar, de desejar sinceramente e de querer aceitar toda essa abundância. E se não conseguimos sucessos imediatos tal decorre da nossa mentalidade comezinha, dos nossos esquemas mentais limitados. Portugal é, hoje, uma terra de oportunidades e de riqueza por distribuir. Eis a postura, doravante, que cada um de nós deverá ter face à vida. Pois há que chegue para todos É certo que a vida também é sofrimento E é imoral alguns (poucos) possuirem muito quando os outros nada têm A vida é dura, perene, um vale de lágrimas É preciso trabalhar e sacrificarmo-nos a fim de obter o que se pretende Assim como assim - é mais louvável e nobre ser-se pobre... Quem disse que estávamos em crise? Qual crise? Portugal é um país de gente rica, e espírito é coisa que não nos falta... Mesmo quando vamos gatinhar para a neve e nos enterramos branco adentro, a coisa primeira que temos a fazer é levantarmo-nos. E se fôr possível dar uma conferência de imprensa para suscitar compaixão nacional - tanto melhor (isso amolece os espíritos), mesmo que em andamento, ainda que coxos. E se não tivermos coxos, ou soubermos andar de ski ou sku - só temos de simular, de representar. Afinal, o que é a vida - senão pôr em marcha esse jogo de espelhos - em que nuns dias falamos do prazer; noutros evocamos a realidade. Umas vezes acordamos com a Catarina Furtado na cama; outras com o José Luís Goucha a fazer puré com natas. Outras ainda adormecemos com o Freud à cabeceira. E isso ainda é o que nos vale, livrando-nos da loucura a que os tempos presentes nos encaminham. Afinal, que Portugal é este? Onde está a crise? qual crise?! Por mim, acho que inventamos todas essas moléstias a respeito da económia, das finanças públicas e dos seus números que atravancam a sociedade - só porque estamos cada vez mais homofóbicos, logo cada vez mais fechados sobre nós próprios por causa da angústia da morte. Da morte e dos mundos imagéticos que deixamos de poder contar nem exorcizar quando, um dia, percebermos que Portugal é um país rico, tremendamente rico!! Quando isso suceder, muito provavelmente os idosos de 90 anos já todos viram as maravilhas do H. Potter, e a utilizar a magia que depois passa a estar ao alcance de todos. "Resumando e concluando" - : Portugal já não é um país pobre nem fechado sobre si próprio. Portugal está hoje ao alcance do nosso imaginário - infantil, juvenil e senior - o que significa, por outras palavras, que todos nós devemos cultivar um pensamento mágico que nos coloque num tal patamar de fantástico que nos dispense dos conflitos do costume. Crise, qual crise?