sexta-feira

Oeiras na Antena 1 - por Maria Flôr Pedroso

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  • Há dias tristes. Vem a chuva, os acidentes de viação, o cheiro da terra molhada, as raízes, o passado e as memórias da província, as memórias invernosas das estações, os pássaros molhados, as árvores a vergarem como peso da água que sustentam e o mais. Ora foi assim que hoje me fiz à viagem para o meu destino. Liguei o rádio do carro e sintonizei a Antena 1 e constatei estar a decorrer um debate sobre Oeiras com os candidatos à CMO: Teresa Zambujo, E. Martin, I. Morais mais os candidatos do BE e da CDU que gravam sempre os mesmos discursos em granito e debitam a cassete do costume, que já conheço desde que nasci. Uma maçada.. Também aqui não são inovadores relativamente à memória de Cunhal, esse homem de grande carácter mas ao serviço de uma utopia que nem sempre acompanhou os ventos da história. Nesse caso, foi mais uma utopia negativa, que hoje os respectivos correligionários (ainda) seguem.
  • Mas do que pude ouvir por parte dos três candidatos: PSD, PS e independente retive algumas ideias sem, contudo, alterar a minha convição em relação à qualidade e sustentabilidade da gestão política em funções actualmente no Município - no decurso destes 3 últimos anos.
  • Vamos por partes para não ser confusos nem nervosos, como é apanágio do candidato independente, cuja respiração ofegante se ouvia microfone fora - directamente aos habitáculos dos carros das pessoas que, por acaso, se sintonizaram hoje de manhã na Antena 1.
  • Eu próprio, a caminho do alergologista, pois estas mudanças de tempo geram urticárias desconhecidas e imprevisíveis alimentadas pelos terríveis e microscópicos ácaros, comecei logo por ouvir o candidato independente, o dr. Isaltino Morais. E quando o comecei a ouvir, por entre os intervalos da chuva que ía cortando, só me lembrava duma expressão que ouvira há anos por um autor do então Leste europeu que dizia mais ou menos isto: "Há quantos anos andamos nós a comer ananases na Lua? Se ao menos pudéssemos, um dia, comer a nossa ração de tomates aqui na Terra!".
  • É óbvio que isto parece uma metáfora de mau gosto só para encavacar o referido candidato mas, na realidade, não é. Vejamos: o candidato independente, ou melhor - dependente da secção do PSD de Oeiras, que parece juntar uma centena de jovens com acne e muita ambição, refere que vai redobrar ou triplicar (tantos faz, porque ele tem dinheiro a rodos...) os apoios financeiros aos Bombeiros. Vai, em 2º lugar, construir Esquadras de Polícia e equipar as forças de segurança com dispositivos até então jamais vistos (deve ser para prevenir mais "Katrinas" em Portugal - depois do "katrina" da Suíça..); vai continuar a falar na abolição das milhares de barracas que deitou abaixo - só para recordar à população que é amigo dos negros e dos pobres numa lógica multicultural (dá votos, pois claro!!); vai criar 10 mil lugares de estacionamento no concelho (deve ser debaixo do Pingo Doce ou por entre as paredes escondidas de alguma moradia com piscina); vai - também - ser o maior padrinho do País - porque aquela centena de jovens com acne estão em transição de idade e de vida e precisam de ser integrados no mercado de trabalho; vai continuar a gastar milhares de euros por mês para assegurar a manutenção do Clube dos Poetas (mortos - carpem diem, pois claro!); vai continuar a fazer a multiplicação dos pães, dos peixes e do dinheiro numa atitude que precede a própria era cristã.
  • Com todas estas medidas, confesso, o sr. dr. Isaltino já ganhou o céu e alma dos bombeiros. Atrevo-me a dizer, sem qualquer ponta de ironia, que caso o ex-autarca viesse a ser o eleito, Oeiras viraria o Mónaco... Ora, creio que não é bem essa a ideia de oeirenses, apesar de gostarmos todos de boa vida, relógios, chocolates, iates de 40 metros e mais umas coisas que agora não se diz porque é feio.. Tudo enfiado naquelas propostas é irrealista. Além de fazer dos oeirenses parvinhos... Coisa que manifestamente não são. Apesar das tentativas do ex-autarca nessa senda.
  • E porquê? Devido, precisamente, ao seu desconforto com o ambiente que gerou. Devido ao clima de elevado constrangimento psicológico que alimentou. DEvido à tensão e virulência que vitaminou no concelho de OEIRAS. O que lhe resta, senão ser ousado nas suas propostas? Nada mais! Por isso, faz da ousadia, da rebeldia e da proclamação da sua experiência acumulada, o principal triunfo da sua campanha. Ora, os recursos são escassos e não esticam para toda aquela obra que pretende fazer: muitas casas de saúde, mais escolas etc e tal; e da ousadia todos nós já sabemos como é pródiga a sua imaginação. O "sobrinho" dele que o diga... Sem querer aqui entrar em questões que são do domínio dos tribunais, em boa medida também se possa fazer uma leitura política do caso (que já se fez, aliás). Na altura pensei que Oeiras - mesmo no domínio das surrealidades, merecia uma "peta" melhor", mais estruturada, com mais senso, enfim, com pernas para andar.
  • Depois a circunstância de ter abandonado a CMO para saltar para o governo - deveria - do ponto de vista formal, tê-lo obrigado a perder automáticamente o mandato. A CRP terá de ser revista nestes aspectos para evitar trampolins absurdos.. Nisto faz lembrar Santana Lopes. Também aqui o dr. Isaltino está muito mal acompanhado, pois aquele player revelou-se a maior fraude política desde o post-25 de Abril. A última imagem que guardo do dr. P.S. Lopes foi quando visitou a campa de Sá Carneiro no cemitério onde jaz. E depois de ter dito que não queria jornalistas por perto, acaba, de seguida, por dar uma entrevista à boca do referido cemitério. Creio mesmo que se deixou fotografar enquadrado pela campa... Confesso, que fiquei pregado ao chão. Consternado. E só de pensar que um dia, eu próprio, ainda tive alguma expectativa em S.LOpes.. Fiquei deprimido, e tomei o frasco do Lexotan... Fui parvinho, pois se puxasse pela cabecinha lembra-me-ia que em 1988 - o sujeito apresentou-se da Universidade para dar uma cadeira de Direito Comunitário ao meu curso - e só lá apareceu no 1º dia, apesar do seu nome constar como o Regente da disciplina. E mais não digo porque isto, creio, já diz muito.
  • Mas regressando ao candidato independente, direi, para rematar, que o que sobra em exuberância, megalomania, prepotência falta-lhe em realismo, actualização, planeamento, rigor, serenidade e, obviamente, credibilidade. Pois já aqui dissemos que a credibilidade é um pouco como a "virgindade" uma vez perdida nunca mais se... Mas não deixa de se de saudar o seu empenhado esforço por colocar Oeiras no mapa da política nacional, ou então, é o exacto contrário: Isaltino é que se quer por no mapa da política nacional através do concelho de Oeiras. Os dados estão lançados, mas governar o Munícipio de Oeiras no séc. XXI não é bem a mesma coisa que um exercício de tiro aos pratos, ou tiro à lebre ou à raposa, wherever...
  • Por isso, é que quando ia ouvindo as suas propostas me ia lembrando daquela frase inicial sobre os ananases na Lua... Julguei até que ele fosse reforçando a ideia de que com ele à frente da CMO todas as ruas ficariam iluminadas, as estradas cobrir-se-iam de transportes, as casas seriam electrificadas, e as empresas prejudiciais - ou seja, as que não davam comissões, perdão, lucros e empregos - seriam transferidas para o Cacém, só para fazer piraça do dr. Seara - que gosta muito de comentário desportivo, para colmatar a sua principal frustração: não ter sido jogador de futebol.
  • Quando estacionei o carro, respirei fundo e pensei: bolas! isto com o Isaltino vai mesmo para a frente em Oeiras. Estamos mesmo na Lua, passeando por entre candeeiros de flores e de pomares que dão kiwis. Com ele tudo é possível. Com ele, até a Festa do Avante do PCP, que se realiza no Seixal - é transferida para o Parque dos Poetas ou para o TagusPark, pois concluiu-se ser mais barato dar alojamento ao Avante do que assegurar a manutenção daquele mamarracho com poetas magníficos.
  • Portanto, com Isaltino à "frente" de Oeiras a fronteira entre o absurdo e a realidade desaparece; a fronteira entre o bom senso e o mau senso fica desguarnecida; a fronteira entre o dizer e o fazer (com os recursos disponíveis) é ilusória. A não ser que a CMO tenha uma desconhecida capacidade de endividamente nos bancos da Suíça que hoje se desconhece!!! Ou então, que Oeiras esteja à socapa a exportar areia das prais da linha para o deserto do Saara (para evitar a corrosão das dunas e, assim, manter o Paris Dakar). Nunca se sabe... Pois o candidato independente é capaz de tudo. Até de perder as eleições e fazer a tal cura de humildade que bem merece.
  • Quanto ao dr. E. Martins pelo PS "nem aquece nem arrefece" (como diria o amigo JZ). Mas confesso que gostei de o ouvir. É sereno, deve ser um bom gestor de marketing. Não percebo como a dr. Teresa Zambujo não o convidou já para integrar a sua equipa!! Sempre seria melhor do que tentar defender as megalomanis do governo em matéria de OTA e TGV. Mas é, como disse, uma voz serena, tranquila. E teve uma tirada brilhante quando respondeu a Isaltino revelando que há muitas semelhanças entre entre ele (PS) e Teresa Zambujo (PSD): "é que ambos não são suspeitos"... Este tipo de humor faz falta em Portugal. E aqui tiro o chapéu do dr. Emanuel. Não pelo pequeno ataque ao candidato (in)dependente (da secção de Oeiras - que são umas dezenas de bons rapazes), mas pelo recurso que fez à ironia. Ironia que é - como diria Eça de Queiroz - o sorriso da razão. E o estado de permanente tensão em que anda Isaltino não lhe deixa qualquer espaço para tais subtilezas que, porventura, teve noutros tempos, dizem.
  • Em suma: o papel de E. Martins será sempre valorizado, especialmente na sua função fiscalizadora da acção política autarquica em Oeiras. Além de contributos que possa dar na esfera social, onde o PS é tradicionalmente esbanjador e irracional. Esperemos, contudo, que não o seja no executivo autárquico saído de 9 de Outubro próximo liderado por Teresa Zambujo - como todos os indicadores de confiança política apontam.
  • E agora umas notas finais relativamente à candidata pelo PSD à CMO. Teresa Zambujo foi, de facto, a única candidata que referiu a palavra futuro mais vezes e de forma mais estruturada. Um futuro consolidado com todos, até com o dr. Isaltino, naturalmente. Porque razão o contributo deste não se poderá fazer como vereador?! Creio que pode, e deve. Jesus Cristo era carpinteiro... Mas não era suíço. E a humildade fica bem a todos, especialmente ao ex-autarca que tem ímpetos e tiques de arrogância que deveria moderar e calibrar. Só ganharia com isso à luz das populações. Isto não são críticas pessoais, são apenas constatações psico-políticas, dado que interferem com o espaço público que diz respeito a todos nós.
  • Teresa Zambujo (TZ), como gestora e economista que é, saber lidar com números de forma realista. Com ela dificilmente iremos comer ananases na Lua. Comêmo-los aqui na terra. Sabem melhor e não morremos pela ausência de gravidade (ou excesso dela)... Ou seja, em lugar de dezenas de casas de saúde e de escolas - como refere o ex-autarca (com recursos arranjados não se sabe bem onde) - TZ irá fazer essas infra-estruturas em número adequado às necessidades do Concelho. Foi, aliás, nessa perspectiva, que Teresa Zambujo adquiriu o Palácio do Marquês de Pombal à Gulbenkian, que é um edifício emblemático e daí podem nascer inúmeros projectos culturais que dinamizam e projectam ainda mais as fronteiras do Concelho. É curioso que a aquisição deste emblemático edifício, por parte da Autarquia, tenha sido realizado no própria dia em que a autarca realizou 50 anos, em Novembro de 2003. Estando já em curso a preparação da candidatura do mesmo edifício à UNESCO a fim do mesmo ser considerado Património da Humanidade.
  • Não irá, certamente, construir quartéis no meio da praia nem no Porto de Recreio de Oeiras recentemente inaguradao - mas irá apostar na segurança de forma incisiva e eficaz. Apostará no reforço da rede de apoio (social) escolar; fará lares de 3ª Idade nas freguesias mais carenciadas; apostará na sociedade do conhecimento permitindo ao maior número de jovens o acesso à TIC (Tecnologias da Informação e da Comunicação); apostará nos transportes para os mais idosos facilitando a mobilidade; apostará em colocar a vertente do Turismo nas grandes rotas internacionais do desenvolvimento e das correntes de modernidade que sopram do Mundo e da Europa; apostará na recuperação do património recuperando casas e realojando as pessoas com menos recursos. É um projecto realista e, ao mesmo tempo, humanista. E com controlo das despesas públicas, um desiderato exigido pela conjuntura.
  • Tudo isto é, naturalmente, relativo e sofrerá ajustamentos em função dos recursos disponíveis e da evolução de crescimento da trajectória da própria economia nacional, internacional e mundial. Mas, pelo menos, uma coisa é certa: com Teresa Zambujo na CMO, e pelo que nos é dado avaliar de forma realista, a Autarquia não se endividará, como ao tempo do ex-autarca. Não fará obras de vulto nem cairá em traços magalómanos. Será, simplesmente, um Município gerido com pés e cabeça, com serenidade, descrição, concentrando a acção política na urgente e necessária reestruturação dos serviços internos da própria Autarquia - que hoje já não dá resposta às necessidades dos munícipes. Muitos amigos meus querem fazer obras nas suas casas e sentem isso de forma frustrante, paralisante.
  • Também aqui os tempos da decisão camarários são iguais aos tempos que o aparelho de Justiça demora a investigar e a carrear provas no âmbito de processos de corrupção pendentes (ou outros que afectam milhares de portugueses, empresas inclusivé). Matando, assim, a capacidade de iniciativa e o empreendedorismo socioeconómico no País. Ora é essa inoperância dos actuais serviços autárquicos reclamada pelas populações que, com a reestruturação dos serviços camarários, Teresa Zambujo se prontificará a fazer. E esta será, porventura, um dos seus maiores e mais relevantes desafios políticos enquanto autarca - eleita por 4 anos - e tendo por base a verdadeira legitimidade popular colhida nas urnas.
  • Sem este desiderato, fundamento da Democracia e da Liberdade, Oeiras não conseguirá dar esse passo indispensável em direcção à competitividade regulada (e sem atropelos). Designadamente, ao nível do betão - consubstanciadora dos interesses e desafios legítimos do Concelho de Oeiras e dos oeirenses.
  • Ou seja, a candidatura de TZ, independentemente de se gostar ou não da candidata, e o mesmo é válido para o ex-autarca e demais candidatos oferece, neste momento aos oeirenses, as condições políticas objectivas para realizar, simultaneamente, a revolução tranquila no exterior - ié, dando satisfação às necessidades mais prementes das populações em infra-estruturais e, no plano interno, fazer - paralelamente - a "glasnost" de modo a dotar os Serviços da autarquia com uma orgânica e com procedimentos mais rápidos, mais transparentes, mais eficazes e mais personalizados para com todos e cada um dos oeirenses e munícipes do concelho. Também aqui o estilo e o nível da gestão da liderança política faz a diferença.
  • Será, no fundo, uma revolução tranquila, como refere em cartaz o dr. Emanuel. Por isso, referimos acima que este vereador poderia muito bem integrar a equipa de Teresa Zambujo. Mas também fica bem onde está: na oposição fiscalizando o executivo. Uma espécie de Manuel Alegre relativamente a Mário Soares... Ele está lá, mas não está, estando!! No fim, um deles lê uns poemas, dão as mãos e começam ambos a chorar e a recordar o que faziam às mulheres 30 atrás.. É a vida, como diria Guterres, o maior emigrante político, depois de Durão Barroso..
  • Será nesse desafio de reestruturação aos serviços interna da CMO que radicará uma das pedras angulares do mandato de TZ nos próximos 4 anos. Pois a aposta nas Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC) traduz uma democratização da informação, que passa a circular com mais velocidade e transparência, modernizando o aparelho administrativo autárquico e combatendo a burocratização e, ao mesmo tempo, queimando os chamados espaços vermelhos por onde circulam os trihos de oportunidade, que são as tais gotícolas de corrupção que se instalam com o tempo. Daí a extrema relevância em limitar pesadamente o número de mandatos que cada autarca deve poder exercer.
  • Do discurso global, das intensões e da própria praxis política de TZ - depreende-se esse dinamismo, essa vontade e esse projecto que já está em gestação. E será executado depois com a legitimidade popular que ainda não tem. É essa legitimidade política, afinal, que lhe permitirá desenvolver uma política de descentralização mais próximo dos cidadãos, alargando a oferta de iniciativas e apoios à população. O exemplo das Casas de Juventude, a abertura de espaços de Internet nas freguesias dos concelho, a implementação dos chamados Postos de Atendimento ao Cidadãos (PACS) e a instalação de Lojas Municipais dos Cidadãos, são, creio, algumas das propostas que podem ser potenciadas e executadas.
  • Desse modo, com a proclamada reestruturação dos Serviços camarários, combate-se também a info-exclusão contribuindo, ao mesmo tempo, para a simplificação de processos administrativos e para a criação de uma rede de proximidade dos serviços da administração aos cidadãos. No fundo, julgo que foi a isto que Teresa Zambujo se referia quando evocava a palavra "futuro" no debate da Antena 1 mediado por Maria Flôr Pedroso. Conceito que, curiosamente, esteve ausente da gramática política na candidatura do PS e na do candidato independente, mas que já foi (ou é) do PSD.
  • Julgo ser este corpo de ideias que informa a tal criação de espaços de cidadania, nos quais as pessoas se cruzam e se sentem motivadas para a partilha de experiências cujas ideias podem ser objecto de implementação através de núcleos de reflexão que constituem os tais observatórios que auxiliam no levantamento e diagnóstico das acções que urge levar à prática. É nisto que consiste, em suma, a urgente desburocratização da Administração dos serviços da CMO, de modo a encontar-se respostas mais rápidas e eficazes no atendimento da satisfação dos cidadãos.
  • Por último, diria o seguinte: de facto, há uma grande diferença entre os candidatos. Saliento, numa nota, a grande vantagem estratégica de Teresa Zambujo em relação aos demais candidatos. Não tem nada a perder, por isso pode trabalhar melhor e mais serenamente. Nunca terá a pressão dos "patos bravos", nem dos tribunais, nem das corporações que procuram influir no chamado processo decisório em matéria de planeamento urbano e construção civil. Se perder - o que não passa duma hipótese meramente académica - regressará aos altos quadros da Administração Pública para fazer o que fazia antes. Não perde nem prestígio, nem dinheiro, nem status, nem o afecto dos que gostam dela e sempre a apoiaram.
  • Ao invés, o ex-autarca de Oeiras aposta tudo nesta campanha. Até a sua própria dignidade pessoal. Com custos pessoais e familiares terríveis, porventura, fracturantes. "Não havia nexexidade", como diria o outro... Aliás, isto é de tal modo verdadeiro, que esta campanha eleitoral está transformada na sua própria vida, na sua raison d'être. Infelizmente, como é consabido, pelas piores razões. O que é, manifestamente, um exagero - quer em termos pessoais, quer em termos políticos.
  • Em suma: o debate foi interessante e sereno. Sereno e interessante por parte de TZ - que manifestou essas qualidades de saber estar e de saber falar. Controlando-se sempre, nunca interrompendo os outros, o que revela nervosismo e insegurança por parte dos seus interlocutores. Ora isto também é uma virtude política, pois "quando eu próprio falo" também gosto que me escutem. Doutro modo, os tractores de palavras acabam por cilindrar o que digo, nunca deixando perceber nada do que importa a fim de esclarecer o bem comum das populações. Ora, cada um dos milhares de munícipes pensa exactamente assim: gosta de ser ouvido. Sem demagogia nem representações carnavalescas, semelhantes às de Alberto J. Jardim..na Madeira.
  • Talvez por isso os líderes com capacidade de colaboração conseguem manter altos níveis de cooperação entre as várias forças e grupos duma dada comunidade e, assim, garantir que as decisões duma equipa justifiquem o tempo passado em reuniões a discutir o bem comum do concelho de Oeiras.
  • Ao invés, sempre que os conflitos emocionais no seio duma comunidade estalam e roubam a atenção e energia às tarefas realizadas em comum, o desempenho dessa liderança sairá fortemente prejudicado. Seria isso, porventura, que aconteceria com o regresso do ex-autarca ao Munícipio de Oeiras no séc. XXI.
Será isso que as populações querem?! Creio que não.
Nota: Tiramos aqui o" chapéu" a Maria Flor Pedroso da Antena 1 - que é uma das melhores jornalistas da área política em Portugal - pela eficiente e imparcial condução da entrevista. Além da sua vox maravilhosa, que levaria qualquer homem ao céu. Qui ça, para comer os tais ananases na Lua...
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